Evolução Histórica dos Símbolos, Logotipos e Marcas

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Os logotipos e marcas foram assumindo diferentes funções ao longo da trajetória da humanidade, até chegar aos dias atuais e ter várias funções atribuídas a marca.

Desde a pré-história, por volta de 30.000 a 32.000 A.C. Desde os primórdios, a marcação do território tem sido uma necessidade humana fundamental. As pinturas rupestres dos povos primitivos são um dos primeiros exemplos dessa prática, que evoluiu ao longo dos séculos.

Pinturas-Rupestres
Pinturas-Rupestres
Pinturas-Rupestres
Pinturas-Rupestres
Pinturas-Rupestres
Pinturas-Rupestres

Civilizações como os Incas, Maias, Aztecas e Egípcios, já se utilizavam de símbolos como forma de escrita.

Glifos-e-Maias
Glifos-e-Maias

Antigamente, muito antes da associação com empresas, essa prática já era uma forma de os grupos humanos marcarem sua presença no ambiente, utilizando símbolos gráficos para expressar sua identidade.

Cecília Consolo no seu livro Marcas – Design Estratégico: do Símbolo à Gestão da Identidade Corporativa, se refere a tais manifestações de Registro e Memória, mas já nesta fase é importante considerar a construção e representação simbólica.

Os Logotipos na Idade Média

Já na Idade Média os sinais, passaram gradativamente a desempenhar diferentes funções, e à medida que isso passou a acontecer, esses sinais passaram a se tornar símbolos, representando propriedades, impérios e civilizações.

Nesse sentido, Cecília Consolo apresenta uma herança das Heráldicas e Brasões que apesar de terem sido utilizadas na idade média para definir indivíduos, famílias, clãs, tribos e impérios, hoje ainda podem ser visualizadas nas marcas atuais.

Heráldicas-e-Brasões
Heráldicas-e-Brasões

Tal processo foi se perpetuando ao longo dos tempos, e os povos continuaram

a sinalizar o seu território e suas produções com marcas, com isso além de

identificar sua marca afirmavam seu orgulho pelo trabalho produzido.

A Revolução Industrial representou um divisor de águas, alterando significativamente a forma como os símbolos eram utilizados e percebidos.

Segundo Matthey Haley, os logotipos primitivos eram emblemas ou marcas de fábrica. E serviam apenas para diferenciar os produtores e a quem pertencia o produto.

Neste período, o público alvo não era o consumidor, mas sim, os produtores ou distribuidores.

A produção em massa e a tecnologia de impressão, impulsionadas pela Revolução Industrial, exigiram mais do que palavras para comunicar os produtos. Assim, nasceu a necessidade de uma ‘linguagem visual’.

Com isso, muitos logotipos criados após a Revolução Industrial passam a utilizar as ilustrações como referência de estilo e segundo Matthey Haley, muitas vezes ficava até difícil distinguir o que seria o logotipo e o que seria uma ilustração.

Logos-Ilustrações
Logos-Ilustrações

Um novo paradigma surge a partir da Escola de Bauhaus.

Criada em 1919 na Alemanha por Walter Gropius a Escola de Bauhaus uma das mais importantes escolas do modernismo, baseava-se no funcionalismo e racionalismo, pregava que todo elemento que não tivesse função deveria ser eliminado do projeto.

Apesar de ter como foco o design da produção industrial, a escola influenciou os designers de marca também.

Apesar de toda sua importância histórica na formação de profissionais criativos que, desempenharam papel fundamental na evolução e expansão da indústria da época, a Escola de Bauhaus foi fechada em 1933 pelo regime Nazista.

Escola-de-Bauhaus
Escola-de-Bauhaus

Quais foram os motivos para o Fechamento da Bauhaus:

  • Ideologia Contrária: A Bauhaus promovia valores como liberdade de expressãoinovação e democratização da arte, que eram totalmente opostos à ideologia totalitária e conservadora do regime nazista.
  • Influência Internacional: A escola tinha uma forte influência internacional e uma abordagem avant-garde que desafiava as normas tradicionais, algo que os nazistas viam como uma ameaça à cultura alemã.
  • Judeus e Artistas Degenerados: Muitos dos professores e alunos da Bauhaus eram judeus ou associados a movimentos artísticos considerados “degenerados” pelos nazistas. A escola se tornou um alvo por sua diversidade e inclusão.
  • Controle Cultural: O regime nazista buscava exercer controle total sobre a cultura e a arte na Alemanha, promovendo um estilo que refletisse seus valores e ideais, enquanto considerava a Bauhaus como um símbolo de modernidade que precisava ser eliminado.

A grande contribuição da Escola de Bauhaus para a época foi a implantação do conceito visual de marcas da simplicidade das formas que, tomaram o lugar das velhas marcas ilustradas, tornando-as mais abstratas e mais perto dos signos.

Após o fechamento, muitos dos professores e alunos da Bauhaus emigraram para outros países, principalmente para os Estados Unidos da América, levando consigo suas ideias inovadoras e influenciando o design e a arquitetura em todo o mundo. O legado da Bauhaus permanece relevante até hoje, sendo reconhecido como um marco importante na história do design moderno.

Após a Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, os Estados Unidos já contavam com designers especializados em identidade visual corporativa, como Paul Rand.

Nascido no Brooklin em 15 de agosto de 1914, Paul Rand entrou para o hall da fama do Art Directors Club of New York em 1972. Ele foi responsável pela criação do logotipo de marcas como: IBM, UPS e ABC.

Logos-Paul-Rand
Logos-Paul-Rand

Outro grande nome da história do logotipo foi o designer alemão Valter Landor, que fundou em 1941 nos Estados Unidos a sua empresa e, posteriormente fundou escritórios em muitas partes do mundo.

Através de seu trabalho, Landor e sua equipe moldaram a identidade visual de gigantes como Bank of America, Alitalia, Levi’s e FedEx, deixando uma marca indelével no mundo do design.

A Arte da criação de Logos é uma prática que pertence à área de conhecimento do Design.

A definição de logo, logotipo e logomarca

A expressão logo vem do grego Logos que quer dizer: Significado. Já logotipo é uma palavra de origem grega composta por dois termos: Logos que é Significado e Tipo que é Símbolo ou Figura.

Um logotipo é a expressão visual da identidade de uma empresa. Ele combina o nome da marca com elementos gráficos para criar uma representação memorável e distintiva.

 Portanto, o logotipo é a união de uma tipografia estilizada com símbolos determinados.

A criação de um logotipo é um investimento estratégico para qualquer empresa. Ele é a representação visual da marca, capaz de gerar reconhecimento, confiança e fidelidade.

Um logotipo bem projetado deve ser único, memorável e alinhado com a identidade da empresa. Sua presença em todos os materiais de comunicação é fundamental para fortalecer a imagem da marca e diferenciá-la da concorrência.

Por fim, uma das maiores viradas de chave depois da Revolução Industrial, da Escola de Bauhaus é o efeito da Globalização.

Novas tecnologias, Internet, Redes Sociais, Softwares de Edição Gráfica, pessoas conectadas pelo mundo, mais produtos disputando a atenção do consumidor.

Com tudo isso, é impossível não notar que, há uma evolução da marca que antes ancorava sua estratégia no produto e na produção industrial, e passa a perceber a importância de um projeto de sentido capaz de gerar um universo de significados para seus públicos de interesse.

Necessidade de transcendência da herança do pensamento apenas funcionalista e racionalista da Escola de Bauhaus, em que “a forma segue uma função” em busca de uma dimensão também subjetiva.

Com a internet, designers podem acessar tendências, referências culturais e estilos de design de qualquer parte do mundo em tempo real. Isso trouxe uma democratização de recursos e uma ampliação das possibilidades criativas, mas também aumentou a competitividade.

Agora, é essencial que logotipos e identidades visuais transcendam barreiras culturais e linguísticas, sendo capazes de se conectar com audiências globais. Além disso, a globalização exige que as marcas tenham uma identidade visual adaptável, que funcione tanto em mercados locais quanto internacionais, mantendo consistência e relevância.

A seguir elencamos alguns destaques desta mudança tão abrupta:

destacando-se:

  • Acesso a referências globais: Designers podem buscar inspiração em tendências de design de todo o mundo, criando trabalhos mais diversificados e inovadores.
  • Democratização das ferramentas de design: Softwares e recursos antes inacessíveis estão agora disponíveis para profissionais de diferentes países, permitindo a criação de logotipos e identidades visuais de alta qualidade, independentemente da localização.
  • Competitividade global: A possibilidade de contratar designers de qualquer lugar do mundo aumentou a concorrência no mercado, exigindo que os profissionais se destaquem pela originalidade e pela entrega de soluções criativas personalizadas.
  • Necessidade de adaptação cultural: Identidades visuais precisam se comunicar com audiências de diferentes culturas, levando os designers a considerar aspectos culturais e regionais para garantir que o logotipo seja bem compreendido globalmente.
  • Consistência internacional: Marcas globais exigem que seus logotipos e identidades visuais mantenham uma consistência em mercados locais e internacionais, respeitando as particularidades de cada região sem perder a essência visual.
  • Adaptabilidade digital: Com a internet e as redes sociais, logotipos precisam ser versáteis, adaptando-se a diferentes formatos e plataformas, do digital ao físico, sem perder impacto.

Essas mudanças moldaram um novo cenário, onde a criatividade caminha lado a lado com a globalização, exigindo uma visão estratégica e ampla dos designers.

Bibliografia:

Curso de Design Gráfico: Princípios e Práticas (David Dabner)
Design Para Quem Não é Designer – Princípios de desígn e tipografia para iniciantes (Robin Williams)
Marcas – Design Estratégico: do Símbolo à Gestão da Identidade Corporativa (Cecília Consolo)
Branding + Design: A estratégia na criação de Identidade de Marca (Sandra Ribeiro Cameira)
Design de Logotipos – Mais de 300 Cases Internacionais Descontruídos e Analisados (Matthew Healey)
Somos todos criativos: Os desafios para desenvolver uma das principais habilidades do futuro ( Ken Robinson)
ABC da Bauhaus, O: A Bauhaus e a teoria do design (Ellen Lupton)

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